que são cortadas para fazer estacas e, das que chegam aos sete e oito palmos, muitas são serradas para tábuas de caixões. Assim, nenhuma destas chegou ao termo natural da sua vida, nem pôde desfrutar, do alto do seu cume, a imagem do mundo para a qual tinha sido criada e, a meio do seu destino, caiu sob golpes do machado. Este é o perigo de se ser útil...» Ichonang-Tseu
imagem: paremomundo.blogs.sapo.pt/arquivo/2005_07.html
....nunca pus em questão o meu papel na sociedade. Aliás sempre pensei nele como algo intrínseco, algo natural...pois obrigatoriamente devemos "encaixar" na engrenagem, é quase um dever moral...todos participamos para um bem comum, algo maior.
Sempre soube o que queria, quando queria e lutei mais do que alguma vez pensei que era capaz para viver este presente. Nunca tive uma rede que me permitisse vacilar, aliás acho que foi isso que me tornou nesta "guerreira" aos olhos dos outros.
Sempre tive planos, metas, objectivos a cumprir para poder libertar-me de um "destino" que não queria....HOJE cheguei até onde me permiti sonhar a alguns anos atrás....e sim, tenho muita "sorte"....trabalho, saúde, amigos...o que se pode pedir mais...até o reconhecimento dos outros...que não poupam orgulho sobre a minha pequena conquista...
Eu não digo que não estou contente, não é isso. Sinto-me bastante orgulhosa da minha independência...mas pela primeira vez na vida posso efectivamente escolher o que fazer com ela...eu sempre pensei que tinha decidido a minha vida, e sim, efectivamente eu escolhi lutar por ela...mas acho que a recompensa não é o que eu pensava anteriormente....um papel na sociedade, ser útil, ser reconhecida por isso...Pois eu felizmente consegui isso, mas não me sinto satisfeita....Será que estou a pedir demais?
Sempre soube o que queria....agora pela primeira vez posso reparar no caminho que estou a percorrer...Não será isso a recompensa? A oportunidade de duvidar? De poder seguir um ou outro caminho....
a perfeição conduz à monotonia, por isso deve-se mudar a paisagem da nossa estrada principal. nem que seja para quando um dia voltarmos, e repetirmos o caminho, esse trajecto nos entregue de volta o significado especial que tem. a água sem sede é aborrecida. ela é perfeita até saciarmos a sede. depois torna-se vulgar e redundante. Até voltarmos a ter sede de novo.
ResponderEliminarquando temos o Céu cobiçamos as estrelas, faz parte de uma evolução natural. a perfeição tem o tempo contado. ela espreita-nos sempre de um degrau acima de nós. até o atingirmos=)
( obrigado pelo comentário)