Acerca de mim

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"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive." (Ricardo Reis)

Faz-me sentido...

"No mundo sempre existirão pessoas que vão me amar pelo que sou, outras que vão me odiar pelo que sou e outras, ainda, que ora me vão amar ora me vão odiar pelo que sou.
Sabendo disso, vivo livre. " (in a Alma das Imagens)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Há dias assim...

Há dias em que me sinto triste...não interessa como ele se apresenta, se com sol ou chuva. Detesto estes momentos pois não consigo compreender porque me sinto assim...prefiro de longe estar chateada, ao menos sei porquê. Nestas alturas só me apetece ficar em casa, quieta e calada. O trabalho distrai e o sorriso amável aparece para os outros, mas não o sinto. É habitual isolar-me pois nada que os outros me façam me agrada e não é que seja agressiva com eles (como acontece quando estou irritada) mas ainda me deixam mais triste.
Há dias em que me sinto triste, como hoje. E penso que devo ter algum sentimento recalcado que por vezes foge ao meu controlo e me deixa assim. Se for isso, então que apareça de vez. Não gosto de me sentir triste, não gosto de me sentir indefesa perante uma tristeza sem rosto.
Há dias em que me sinto triste, espero que amanhã não seja um deles.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Atira o teu coração para a frente e corre atrás dele"

(in Cemetery Junction, descoberta no blogue http://espaco-de-tempo.blogspot.com/)


... sempre admirei a coragem dos românticos inveterados, que não desistem qual romance "Amor em Tempos de Cólera". Aquela paixão em dar...em simplesmente dar, guardando sempre uma esperança infinita em algum dia receber, por pouco que seja.
Não tenho dificuldades em assumir-me como uma escorpiã, quase que sinto um certo orgulho nas minhas contradições extremas, que eu própria não consigo perceber muitas vezes.
Poderia definir-me como uma racional emotiva, em que a razão e a emoção caminham lado a lado, embora eu tente puxar mais a razão. Confesso que metade das vezes, a emoção passa a frente sem eu me aperceber.
A maioria dos olhos que me vêem, vêem aquilo que eu quero ser, alguém corajosa, frontal, genuína, exigente consigo e com os outros, leal. Sou extremamente independente. Apesar de adorar pessoas, sei que são capazes do melhor e do pior e que, acima de tudo, devemos estar bem connosco próprios.
Acho que feliz ou infelizmente o meu caminho já me mostrou que por vezes as pessoas nos podem magoar, então eu resolvi evitar ao máximo que isso aconteça. Assumo que tenho uma muralha onde protejo o meu lado doce e meigo. Talvez seja cobardia...
O novo ano trouxe alguém que pacientemente tem vindo a escalar essa muralha com a sua meiguice incondicional. Até me deixa atrapalhada, pois não estou habituada a uma pessoa que dê simplesmente, sem exigir algo momentaneamente.
Quando dou por mim sem a minha muralha, com o coração nas mãos, volto imediatamente a ergue-la...tenho medo, pura e simplesmente tenho medo de acreditar ser possível e depois me enganar.
Eu vou tentando sair da muralha, cada vez passo mais tempo longe dela, mas inevitavelmente, quando dou por mim a "atirar o meu coração para a frente", não resisto e corro atrás dele, por muito que saiba que ele não me pertence.



sábado, 19 de junho de 2010

Pessoas


... Gosto de pessoas. Gosto da sua humanidade.
Adoro conversar ... e quando digo isto é mesmo no sentido holístico, OUVIR efectivamente o outro, devolver o que entendemos acrescentando o nosso ponto de vista e iniciar a negociação de significados. Conversar parece-me pouco para a acção em si ... ouvi a expressão "negociar significados" durante o curso, aliás é a minha ferramenta de trabalho.
Ao longo do meu caminho tenho-me apercebido que consigo chegar às pessoas com alguma facilidade, seja o pedreiro ou o advogado, e que gosto de as ajudar a ajudar-se naquilo que posso. Quando digo isto não estou a falar do esteriótipo "miss universo"...mas sim na tentativa de contrariar a falta de comunicação genuina que a nossa sociedade tem vindo sentir. O outro não é problema nosso, logo eu ouço-o, sorrio mas mas não o escuto.
É importante esclarecer que eu não sou de todo daquelas pessoas sorridentes e extremamente simpáticas com este mundo e o outro...aliás acho que devo estar quase do outro lado. Mas sou sincera nas minhas conversações e fascina-me o acto de partilhar vivências com o outro. Houve tempos em que achava que me interessava verdadeiramente pelos outros porque era altruísta ... não podia estar mais enganada... não é NUNCA um momento unilateral ... a negociação de significados alarga os horizontes de todos....daquele que fala e do que ouve...do que pergunta e do que responde...do que chora e do que limpa as lágrimas...
Conversar permite-nos conhecer-te-me.

Luso - 27 Março de 2010


"Fonte dos Amores - 1326"


segunda-feira, 12 de abril de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

Frustração

Não tenho problemas de auto-estima. Nunca tive. Continuo a sentir-me atraente, a vestir os vestidos curtos e os saltos altos mas acho, ou melhor tenho a certeza, que estou a desenvolver um problema e ja tentei todas as soluções que me lembrei. Sinto-me frustada, desiludida comigo mesmo, principalmente por saber que é um problema criado por mim.
Não sei porque escrevo aqui, mas acho que preciso de desabafar. Em voz alta não consigo pois apercebo-me da estupidez da situação.
Sempre fui uma pessoa com peso normal, com uma alimentação equilibrada e claro com a "saudável" (achava eu) preocupação em manter-me assim. Ha um ano atrás tive uma alteração hormonal que me fez engordar um pouco e começou a minha luta. Como não sabia o que tinha na altura fiz a dieta "normal", seguida de outra, de outra...passei das saudáveis para as outras....e nada. Mais do que afectar a balança afectou o meu perfeccionismo...estava a falhar.
Quando vi que ja não estava com habitos saudáveis procurei ajuda e emagreci saudávelmente.
Hoje reconheço sem dúvidas que tenho um corpo mais saudável do que antes da alteração. Como melhor e pratico mais desporto. As pessoas à minha volta comentam que estou melhor assim e que antes era magra demais e que por vezes parecia até um pouco adoentada, facto comprovado pela nutriocionista que dizia que antes tinha baixo peso para a minha estatura.
Se eu sei disto tudo porque me sinto mal?...Frustrada é o termo certo. É tão ridiculo isto...sinto-me uma falhada por não ter um peso que eu sei que não é saudável. É uma contradição. Quanto mais me dizem que não devo voltar ao que estava, mas eu o quero e sei que não devo.
Esta dualidade dá cabo de mim, deixa-me fragil...o que me irrita profundamente pois estou habituada a controlar...e isto... estes pensamentos estão a fugir a razão.
Eu sei que ninguém é perfeito e a minha nutriocionista não se cansava de dizer que eu era exigente demais comigo mesma...será?Que raiva que eu tenho de mim mesma neste momento!

segunda-feira, 22 de março de 2010

O que vou ver....


"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não, do tamanho da minha altura...


Nas cidades a vida é mais pequena

Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver. "


Alberto Caeiro, VII Da minha aldeia

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sem título

... não sei porque passei tanto tempo longe, quando estava tão perto.
A vida neste últimos tempos tem-me prendido a ela e eu tenho-a vivido o máximo que consigo. É como se falar sobre ela a tornasse real e por e simplesmente se desvanecesse. Confesso que sinto medo. Porque é tão mais facil falar em sonhos, objectivos, ideais...é mais facil falar dum futuro por que se luta...mas... e quando o futuro acontece hoje?
Tenho vindo a descobrir que comprovar se as utopias podem ser reais é muito mais dificil do que acreditar nelas. Eu acredito no amor. Eu acredito que nos faz crescer e nos torna pessoas melhores. Eu acredito na paixão. Eu acredito na quimica. Eu acredito nas emoções. Eu acredito que são a vida em si, não fosse eu uma escorpiã.
Já lutei por amor e nunca me arrependi um segundo. Então porque tenho medo deste sentimento que está a nascer em mim? Será por ser tão possivel? Por não haver nada contra? Estarei eu tão habituada à luta que não sei estar de outro modo?
Ele encanta-me. Ele esta encantado por mim.
Eu adoro a companhia dele. Ele adora a minha companhia.
Eu entendo-o. Ele entende-me.
Eu estou disponivel. Ele esta disponível.
Eu não preciso dele mas quero estar com ele. Ele não precisa de mim mas quer estar comigo
Eu sou independente. Ele é independente.
Eu gosto dele. Ele gosta de mim.
Qual é a dúvida então?
Eu que defendo entusiastica/ a vida....tenho medo de me apegar a ele, apesar de o querer.
Tenho medo de acreditar e depois me desiludir...
....como se... se eu não acreditar e não der certo...não houvesse problema.
A vida deu-me este encontro tão feliz....e eu apesar de acreditar nele tenho receio que a realidade me mostre o contrario, como se os problemas fossem territorios mais faceis que a felicidade.
Estou a divagar....eu sei.
Tenho de pensar menos e continuar a viver mais ;)!!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010