... sempre admirei a coragem dos românticos inveterados, que não desistem qual romance "Amor em Tempos de Cólera". Aquela paixão em dar...em simplesmente dar, guardando sempre uma esperança infinita em algum dia receber, por pouco que seja.
Não tenho dificuldades em assumir-me como uma escorpiã, quase que sinto um certo orgulho nas minhas contradições extremas, que eu própria não consigo perceber muitas vezes.
Poderia definir-me como uma racional emotiva, em que a razão e a emoção caminham lado a lado, embora eu tente puxar mais a razão. Confesso que metade das vezes, a emoção passa a frente sem eu me aperceber.
A maioria dos olhos que me vêem, vêem aquilo que eu quero ser, alguém corajosa, frontal, genuína, exigente consigo e com os outros, leal. Sou extremamente independente. Apesar de adorar pessoas, sei que são capazes do melhor e do pior e que, acima de tudo, devemos estar bem connosco próprios.
Acho que feliz ou infelizmente o meu caminho já me mostrou que por vezes as pessoas nos podem magoar, então eu resolvi evitar ao máximo que isso aconteça. Assumo que tenho uma muralha onde protejo o meu lado doce e meigo. Talvez seja cobardia...
O novo ano trouxe alguém que pacientemente tem vindo a escalar essa muralha com a sua meiguice incondicional. Até me deixa atrapalhada, pois não estou habituada a uma pessoa que dê simplesmente, sem exigir algo momentaneamente.
Quando dou por mim sem a minha muralha, com o coração nas mãos, volto imediatamente a ergue-la...tenho medo, pura e simplesmente tenho medo de acreditar ser possível e depois me enganar.
Eu vou tentando sair da muralha, cada vez passo mais tempo longe dela, mas inevitavelmente, quando dou por mim a "atirar o meu coração para a frente", não resisto e corro atrás dele, por muito que saiba que ele já não me pertence.