Acerca de mim

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"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive." (Ricardo Reis)

Faz-me sentido...

"No mundo sempre existirão pessoas que vão me amar pelo que sou, outras que vão me odiar pelo que sou e outras, ainda, que ora me vão amar ora me vão odiar pelo que sou.
Sabendo disso, vivo livre. " (in a Alma das Imagens)

terça-feira, 23 de março de 2010

Frustração

Não tenho problemas de auto-estima. Nunca tive. Continuo a sentir-me atraente, a vestir os vestidos curtos e os saltos altos mas acho, ou melhor tenho a certeza, que estou a desenvolver um problema e ja tentei todas as soluções que me lembrei. Sinto-me frustada, desiludida comigo mesmo, principalmente por saber que é um problema criado por mim.
Não sei porque escrevo aqui, mas acho que preciso de desabafar. Em voz alta não consigo pois apercebo-me da estupidez da situação.
Sempre fui uma pessoa com peso normal, com uma alimentação equilibrada e claro com a "saudável" (achava eu) preocupação em manter-me assim. Ha um ano atrás tive uma alteração hormonal que me fez engordar um pouco e começou a minha luta. Como não sabia o que tinha na altura fiz a dieta "normal", seguida de outra, de outra...passei das saudáveis para as outras....e nada. Mais do que afectar a balança afectou o meu perfeccionismo...estava a falhar.
Quando vi que ja não estava com habitos saudáveis procurei ajuda e emagreci saudávelmente.
Hoje reconheço sem dúvidas que tenho um corpo mais saudável do que antes da alteração. Como melhor e pratico mais desporto. As pessoas à minha volta comentam que estou melhor assim e que antes era magra demais e que por vezes parecia até um pouco adoentada, facto comprovado pela nutriocionista que dizia que antes tinha baixo peso para a minha estatura.
Se eu sei disto tudo porque me sinto mal?...Frustrada é o termo certo. É tão ridiculo isto...sinto-me uma falhada por não ter um peso que eu sei que não é saudável. É uma contradição. Quanto mais me dizem que não devo voltar ao que estava, mas eu o quero e sei que não devo.
Esta dualidade dá cabo de mim, deixa-me fragil...o que me irrita profundamente pois estou habituada a controlar...e isto... estes pensamentos estão a fugir a razão.
Eu sei que ninguém é perfeito e a minha nutriocionista não se cansava de dizer que eu era exigente demais comigo mesma...será?Que raiva que eu tenho de mim mesma neste momento!

segunda-feira, 22 de março de 2010

O que vou ver....


"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não, do tamanho da minha altura...


Nas cidades a vida é mais pequena

Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver. "


Alberto Caeiro, VII Da minha aldeia